quarta-feira, 27 de junho de 2007

Sacerdote, Levita ou Samaritano?

Domingo passado estava eu saindo de casa para ir na reunião da Estação já um pouco atrasado. Entrei no carro, liguei e me lembrei que tinha que ver a água. Desliguei, abri o capot, e realmente o carro estava totalmente seco. Resolvi voltar em casa para pegar uma garrafa.

Na hora que eu estava abrindo a porta, me chamou um homem e perguntou: "Olha, será que você não pode me arrumar um emprego ou me indicar um? Pode ser de faxineiro, pedreiro, pintor... qualquer coisa!" Eu pensei um pouco, mas como não encontrava nada como resposta, disse que não poderia ajudar. Nisto ele começou a contar sua vida, da dificuldade da sobrevivência, das necessidades que vinha passando, dos filhos em casa, dos choros por não conseguir um emprego e sustentar a família, e de sua esperança de que Deus o iria ajudar e era com ele.

Enquanto ele falava, em um momento cheguei a pensar: "Poxa, já estou atrasado para a reunião." Mas logo lembrei da parábola do bom samaritano e vi a tamanha religiosidade de tal pensamento. Neste momento esqueci da reunião e busquei dar a atenção que ele precisava.

Assim como o sacerdote e o levita estavam mais preocupados com os seus afazeres religiosos no templo do que com a necessidade daquele homem caído ao chão, muitas vezes caímos no engano que mais importante é estar em um culto, missa, reunião, seja lá o que for... do que mudar nossos planos e caminho em direção a igreja para ajudar alguém que nos pare precisando de ajuda. E ainda achamos que assim estamos agradando a Deus, porque provamos nosso desejo que Ele é nossa prioridade na vida, porque preferimos estar em "Sua casa" a desviarmos nosso caminho por um necessitado qualquer.

Esquecemo-nos que Ele é prioridade em nossas vidas quando damos prioridade à vida, e não a "reuniões sagradas". Mais importante para Jesus é que vivamos em amor, compadecendo-nos dos necessitados, e que tal compaixão seja capaz de até mudarmos nossos planos para ir de encontro a carência do próximo, do que simplesmente ir em algum lugar falar e escutar sobre Ele. É só olhar o que Jesus mesmo viveu.

Não estou tirando a importância da comunhão, claro! Mas se a comunhão que participamos toda semana, ou até mais, não for gerando tal sensibilidade em nosso coração, pouca coisa temos aproveitado.

No final, acabei não conseguindo o emprego mas o ajudei dentro do que podia no momento. Cheguei na Estação e a reunião ainda não tinha começado... e portanto, nada foi perdido. E mesmo que algo tivesse sido perdido, não importa. A prioridade do Pai é sempre a vida... para Ele, a única coisa sagrada neste mundo é a vida. :)

Fiquem nEle...

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